quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

*Por Nós Todos *





Quem ri da nossa fragilidade
não conhece nossa riqueza.
Há mundos onde a força não penetra,
lugares estranhos, onde mais vale a vã pobreza.

Bem aventurança ou não,
a vida plena se guarda distante da violência.

Dentro de cada intenção há vontade de acertar.
A mão que bate é a mesma que acarinha
A mesma que de dia constrói a fraternidade e faz a guerra,
e a noite visita a intimidade de um corpo febril por prazer.

Não somos partes, somos um todo.

Quem ri de nossas fraquezas,
por detrás do riso oculta o medo da vida.
Não sabem que os sonhos são feitos de algodão doce.
Pobre da virilidade daqueles que tentam se ocultar na amargura.

As leis criadas só podem prender
A felicidade só brota no ser livre.

Bêbados e drogados também são anjos
Talvez filhos escuros de um pai claro,
raios de sol retidos por janelas sem porque.
Quem se esquece que janelas podem e devem ser abertas,
vive na pobreza da coisa estática,
Anseiam pelo belo pronto, que não é o belo próprio.
Tudo sabem de borboletas,
nada entendem de lagartas.

A vida é um breve momento
Feita de outros momentos.

Quem ri da sarjeta não sabe onde tem os pés
Não entende que a vida é um eterno caminhar.
Supõe que pisam e sempre pisarão nas estrelas.
Tem calos obtidos pelo uso dos sapatos que protegem,
simbólicos elmos que os mantém distante da dor,
mas também excluí toda possibilidade de pleno prazer.

Neste mundo abaixo do sol
quem sabe para onde vai?

São saudáveis os ditos insanos.
Pela indiferença a tudo, caberá a estes herdar a terra.
Quem ri dos insanos, tem medo dos espelhos.
assassinam minuto por minuto seu próprio ridículo
e acordam, após o suposto crime perfeito,
mais ridículos ainda.

Acordar não é despertar.
Muitos acordados ainda dormem.

Quem ri da fome nunca se sacia.
Quem ri da nossa fragilidade,
não conhece nossa riqueza.
Conhecem, lamentavelmente,
apenas aquilo que se pode
pegar e ter com as mãos.

(Cosmo Palasio de Moraes Jr)

http://www.cosmopalasio.com.br/

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